sábado, 17 de novembro de 2012

CHICHÉN ITZÁ, UMA DAS MAIS BELAS CIDADES DA CULTURA MAIA


Pirâmide de Kukulcán
   
   Localizada ao norte da Península de Yucatán, no México, Chichén Itzá é uma das mais importantes cidades da cultura maia, cujas ruínas foram descritas pela primeira vez pelo frade espanhol Diego de Landa em 1566. Sua crônica, Relación de las cosas del Yucatán, trata não só das ruínas, mas também de histórias que ele recolheu junto aos maias sobre seus antepassados. 
   A fundação da cidade se deu por volta de 500 d.C. e seu primeiro senhor foi o sacerdote Lakin Chan do grupo maia itzaes. Em 987 d.C. chegaram os toltecas e Chichén Itzá atingiu seu auge quando outras grandes cidades maias já tinham sido abandonadas, como é o caso de Copán e Palenque.
   Os arqueólogos começaram a trabalhar em Chichén Itzá no começo do século XX, quando Edward Thompson descobriu peças no Cenote Sagrado (poço natural usado para fins religiosos e cerimoniais) e a cidade se tornou alvo de interesse da arqueologia internacional. Desse local foram retirados esqueletos humanos e de animais, peças de obsidiana, ouro, jade e cobre, visto que ali eram feitos os sacrifícios aos deuses.

Cenote Sagrado

   A cidade se divide em Chichén Antiga e Nova, a primeira em estilo puuc, anterior a 800 d.C., que se caracteriza por edificações baixas e retangulares e a segunda, de princípios do século X d.C., época em que os toltecas habitavam a cidade e fizeram edifícios monumentais com espaços interiores e colunas que representam o deus Kukulcán, a serpente emplumada que os astecas chamavam de Quetzalcóatl.
   Entre as ruínas mais importantes, podemos destacar a Pirâmide de Kukulcán, que os espanhóis chamaram de El Castillo. Trata-se de uma pirâmide de 30 metros de altura e 55 de largura com 4 escadarias e sua formação está toda relacionada com o calendário maia e durante os equinócios de primavera e outono ao pôr-do-sol pode-se ver uma serpente formada pelas sombras deslizando pela escada. Dentro dela há outra  pirâmide mais antiga, onde se encontrou um trono vermelho com incrustações de jade e um altar para oferendas que é uma figura recostada com um recipiente sobre o peito para receber os corações das vítimas sacrificadas ou as cabeças dos jogadores de bola. O campo onde se realizavam esses jogos ritualísticos, em que os perdedores eram sacrificados aos deuses, é uma área de 165 metros de comprimento por 70 de largura e considera-se o maior do mundo maia. Para além dessas estruturas, destaca-se também El Caracol, um edifício que funcionava como observatório por possuir diversas janelas por onde eram vistos diversos fenômenos astronômicos ao longo do ano. Isso demonstra o alto conhecimento que eles possuíam sobre matemática, astronomia e tantos outros, que beneficiavam a arquitetura, a agricultura e o seu cotidiano como um todo.

Campo de jogo de bola


El Caracol

   Os toltecas eram guerreiros e isso fez com que os sacrifícios humanos aos deuses aumentassem nesse período e também as conquistas para expansão territorial, convertendo a cidade em centro político e econômico de uma vasta região.
    Não se sabe ao certo o que levou ao declínio dessa cidade, pois alguns estudos recentes mostram que foi abandonada no final do século X, junto com as demais cidades maias. Outros acreditam que isso só ocorreu na metade do século XV, quando a liga formada por Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán se rompeu e esses grupos se dispersaram.

Bibliografia: 
ALCINA, J. las culturas precolombinas. Madrid: Alianza, 2000.
PIÑA CHAN, Román. Chichén Itzá. la ciudad de los brujos del agua. México: Fondo de Cultura Económica, 1980.

Nenhum comentário:

Postar um comentário