A trepanação, cirurgia de cérebro, foi praticada por muitas culturas em diferentes pontos do mundo e as primeiras remontam a cerca de 40 mil anos. Exemplos de casos exitosos podem ser encontrados na cultura Paracas, que habitou a região costeira do Peru entre 700 a.C. e 200 d.C. Os crânios vistos hoje no museu da região mostram que a parte outrora aberta soldou completamente, comprovando a eficácia do procedimento cirúrgico.
Trepanação - Museu Regional de Ica - Peru
Normalmente, o curandeiro da região era o encarregado de aliviar as dores provocadas pelo estilhaçamento dos ossos do crânio fraturado em batalhas ou também para desalojar os maus espíritos. Para tal, eles utilizavam geralmente facas de obsidiana, pinças e pequenas colheres no raspado ou serragem do crânio e para amenizar a dor anestesiavam o paciente usando bebidas feitas de ervas, em geral, a coca. A chicha, bebida fermentada feita de milho, também era amplamente utilizada para diminuir ou suprimir a dor. Ao final da cirurgia, o buraco aberto poderia ser preenchido pelo osso antes serrado ou também por uma placa de ouro. O mais incrível é que mesmo em condições precárias de higiene e técnica, a maioria dos pacientes submetidos a essas cirurgias sobreviveram.
Trepanação - Museu Regional de Ica - Peru
OBS: Fotos de acervo próprio.
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