sábado, 13 de outubro de 2012

APOSTILA DE HISTÓRIA IBÉRICA


Para todos os que estudam a história da América Latina é fundamental conhecer um pouco mais daqueles que mudaram a história desta parte do continente...para bem ou para mal...


Caverna de Altamira - Espanha



Citânia de Briteiros - Portugal


PRÉ-HISTÓRIA DA PENÍNSULA IBÉRICA

  • CELTAS
  • IBEROS e LÍGURES (tez morena e cabelo crespo)
  • CELTÍBEROS
  • FENÍCIOS – colonizaram as costas espanholas (sul); séc. XII a.C. – Cádiz, Málaga, Sevilha); grandes navegadores e comerciantes;
  • GREGOS  - cidades: Rosas, Murviedro, Ampurias; VII a.C.; Itália – “Grande Grécia”;
  • CARTAGINESES – fenícios de origem; líbio-fenícios fundaram Cartago – império marítimo e comercial do Mediterrâneo; perderam a Sicília e a Sardenha para os romanos; dominaram a Espanha no século III a.C., mas esse contato foi pacífico; cartagineses buscavam nesse território homens para seu exército; Aníbal invadiu a Itália, partindo do sul e cruzando os Pirinéus;
  • Costa mediterrânica conquistada = valor estratégico; recursos agrícolas e mineiros (Cartagena, a nova Cartago tem exploração de minérios); boas relações entre cartagineses e povos da Península (Aníbal se casou com uma mulher da região e outros fizeram o mesmo);
  • Cartagineses começaram a obra de unidade nacional; aproximação das tribos em torno a interesses comuns; expansão do comércio; mistura de sangue; exército submetido a disciplina uniforme;
  • Derrota de Cartago – foram vencidos pelos romanos (séc. III – II a.C.).



Conimbriga - Portugal

PENÍNSULA IBÉRICA ROMÂNICA

  • Interesses – econômico, político e militar;
  • Falta de coesão das tribos = derrota; lusitanos rebeldes: Viriato e Sertório vencidos por Júlio César;
  • Península – mercado comercial importante: ferro e prata;
  • Romanos – criaram o Estado; caráter social e administrativo (direitos, deveres e garantias); P.I. dividida em duas províncias = Citerior (sul) e Ulterior (norte); em cada província ficava um representante do Imperador; leis, decretos vindos de Roma; direito latino estendido às províncias; bases da vida urbana municipal; município = proteção e autogoverno na economia e administração; aumento das trocas comerciais; construção de estradas, pontes, monumentos e templos; uso geral da moeda; desenvolveram indústrias; aumento da área cultivada; povoamento densificado; penetração do cristianismo (paganismo x cristianismo);
  • Ocupação romana = transformação de uma região com povos tribais em nação;
  • Aldeia vira cidade = URB; tribo vira ESTADO;
  • Crise = invasão dos povos germânicos (suevos, alanos, vândalos e visigodos) – 411d.C.; anarquia militar; guerras internas; crise do escravismo; crescimento do cristianismo; crise econômica;
  • Século V d.C. – depois da divisão do Império Romano em Ocidental e Oriental (476d.C.) general romano traidor abre os Pirineus aos invasores;
  • Desespero – população ao saber que ia morrer gastava o tempo em festas e banquetes; servos buscavam libertar-se ajudando nos saques;
  • Matança – pestes, fome, maus exemplos, festins antropofágicos;
  • Horrores das invasões agradaram a alguns por se livrarem da tirania romana; o clero argumentava que essas mortes eram castigo de Deus aos pagãos e a verdadeira pátria era o céu; antigos hispano-romanos eram inconvertíveis, mas população desbaratada era mais fácil de converter à fé cristã.



Reis Visigóticos. Códice Albeldende.


 VISIGODOS

  • 415 d.C. – Wália, rei dos visigodos declara a paz com o Imperador Honório = paz;
  • Expulsão dos vândalos para a África;
  • Alanos e suevos ficaram na Galiza e só foram expulsos por Leovigildo em 584;
  • Visigodos perderam o território que atualmente é a França e no século VI sob o comando de Ricaredo (convertido ao catolicismo) tomam conta da Espanha;
  • Visigodos ajudaram na dissolução da P.I. Romana concretizada com a invasão dos árabes em 711;
  • Influências – leis, costumes, monumentos, individualismo, libertação do jugo romano, independência dos bárbaros – ANARQUIA; diminuição do número de escravos; hominização dos escravos, pois antes eram considerados apenas “instrumentos providos de voz”;
  • Visigodos eram pacificadores; P.I. foi conquistada, mas não germanizada.



Castelo dos Mouros - Lisboa


Alcazar de Sevilha

OS ÁRABES NA PENÍNSULA IBÉRICA


  • Maomé – criador do Islamismo, religião que condenava o politeísmo; Alá era o único Deus; condenando a idolatria da Caaba (santuário que abrigava imagens de todos os deuses), motivo de grande peregrinação a Meca e de grandes lucros; o Islamismo ia contra os interesses dos Coraixitas, que dominavam Meca; Maomé foi perseguido e em 622 d.C. fugiu para Iatreb (hégira), mais tarde denominada Medina (“Cidade do Profeta”); em 630, Maomé conquistou Meca e unificou a Arábia; preservou a Caaba e um dos principais ídolos, a Pedra Negra;
  • Pedra Negra – esta pedra fora oferecida por Deus ao filho de Abraão e era branca, mas escureceu pelos pecados e beijos dos milhões de peregrinos;
  • Maomé morreu em 632 deixando os árabes unidos em torno do ideal da “guerra santa”;
  • Em 711, Gibral Tarik atravessou o estreito entre a África e a Europa, que recebeu o seu nome – Gibraltar; entraram na P.I. e subjugaram os visigodos;
  • Em 750, a dinastia omíada foi derrubada pela abássida e esses iniciaram a decadência do Império Islâmico;
  • Conflitos políticos e religiosos = desmembramento em califados independentes (Califado de Bagdá, Califado do Cairo e Califado de Córdobe);
  • Guerra da Reconquista = P.I. séc. VIII – expulsão dos árabes; Cruzadas no século XI – cristãos contra muçulmanos;
  • Ruína – perda da unidade religiosa; ganharam força outras seitas Islâmicas: sunitas e xiitas (sunitas – partidários de um chefe de Estado eleito pelos crentes e sustentavam que o Sunna, livro dos ditos e atos de Maomé era uma importante fonte de verdade para o Islamismo; xiitas – defendiam um Estado absolutista tendo como chefe religioso e político o Profeta e só admitindo o Corão como fonte de ensinamentos);
  • P.I. – Guerra da Reconquista favoreceu a formação de reinos de Leão, Castela, Navarra e Aragão;
  • 1492 – expulsão definitiva dos muçulmanos da P.I., quando os espanhóis conquistaram Granada, o último reduto árabe na Europa;
  • Contribuições árabes – arquitetura (mesquitas, arcos em ferradura, cúpulas); literatura (As mil e uma noites); ciência (matemática, física, astronomia, química, medicina); técnicas agrícolas; prefixos lingüísticos etc).


GRANDES NAVEGAÇÕES IBÉRICAS E COLONIZAÇÃO


  • Unificação de Portugal e Espanha – união contra os muçulmanos: GUERRA DA RECONQUISTA
  • CONDADO PORTUCALENSE formado por Henrique de Borgonha e posteriormente por seu filho Afonso Henriques (1143);
  • Reis Católicos – 1469: casamento de Fernando de Aragão e Isabel de Castela = UNIFICAÇÃO;
  • Reino de Granada – último reduto árabe;
  • Grandes conquistas – favoreceram a integração de interesses do rei e burguesia – maior arrecadação de impostos; a comunhão desses interesses = EXPANSÃO MARÍTIMA
  • Baixa Idade Média – cidades italianas controlavam o Mediterrâneo; crise no séc. XIV (Guerra dos Cem Anos (Inglaterra e França), peste negra e limitações do sistema feudal) = crise do comércio europeu: rotas terrestres e fluviais inseguras; também tinham que pagar tarifas aos senhores feudais;
  • Portugal – ponto de escala e abastecimento para mercadores italianos e flamengos = ascensão do grupo mercantil português;
  • Dinastia de Avis – desenvolvimento do comércio para o progresso do país e fortalecimento do Estado; criação da Escola de Sagres  dirigida pelo infante D. Henrique;
  • Grandes Navegações – crise do feudalismo; esgotamento das minas européias; preço elevado das mercadorias orientais;
  • Nova rota para o oriente – início da Expansão Marítima;
  • Quadro político europeu antes das grandes navegações: Espanha – dificuldades internas e externas; Inglaterra e França – Guerra dos Cem Anos; Sacro Império – fragmentado em vários reinos alemães e em repúblicas italianas; Província dos Países Baixos – também fragmentados;  Portugal – reunia as condições para iniciar a expansão ultramarina; grupo mercantil próspero; governo forte de acordo com o grupo mercantil; localização privilegiada em relação ao Atlântico; unidade e estabilidade; conhecimentos técnicos;
  • Início da Expansão Portuguesa – 1415, tomada do entreposto comercial árabe – CEUTA; depois Açores; cruzaram o Cabo do Bojador (Gil Eanes); ilhas de Cabo Verde; foz do rio Zaire; Cabo da Boa Esperança (Bartolomeu Dias); Vasco da Gama chega a Calicute na Índia (1448); Cabral chega ao Brasil;
  • Problema – não possuíam organização financeira = dependência em relação às companhias comerciais holandesas e italianas; riquezas obtidas por Portugal diluíram-se pela Europa;
  • Espanha – 1492 – fim do domínio árabe e da divisão interna; patrocínio  da viagem do genovês Cristóvão Colombo - chegou à ilha de Guanahani (San Salvador); Venezuela; rio Amazonas; Cuba; Flórida; Pacífico; rio da Prata; México; Peru e etc;
  • Conflitos – espanhóis e portugueses brigavam pela posse das terras descobertas ou por descobrir; Tratado de Toledo – 1480: terras descobertas ao sul das ilhas Canárias seriam portuguesas (Portugal assegurava a rota das Índias pelo sul da África); Bula Intercoetera – 1493: partilha do mundo entre portugueses e espanhóis; Tratado de Tordesilhas – 1494: 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, possibilitando a conquista de terras no Atlântico ocidental por portugueses;
  • Colonização da América – Portugal e Espanha; metalistas: vinham em busca de metais preciosos;
  • Dinastia de Habsburgos - Carlos V e Felipe II – grande quantidade de metais = inflação = menor competitividade internacional espanhola – grande Império de difícil administração;
  • Ascensão de Felipe II ao trono português – 1580 = aumento de poder espanhol e também de problemas; holandeses – inimigos;
  • Vice-reis do México e Peru passaram a reter impostos para defender costas contra ação de corsários = aumento de custos com defesa do Império – Século XVII = crise entre Espanha e América; diminuição de rendas americanas e invasão do Brasil pelos holandeses;
  • Linhas de comunicação frágeis, recursos limitados, crises externas com Ingleses, Holandeses e também com a América, separação de Portugal em 1640 = desintegração da monarquia espanhola;
  • Coroa distante e falida = expansão do poder das oligarquias da América;
  • Disputa de poder entre dinastia dos Habsburgos e dinastia dos Bourbons = disputa pela hegemonia política na Europa;
  • Século XVIII – dinastia dos Bourbons – Carlos II morre e começa a disputa pelo trono espanhol; Filipe de Anjou, neto de Luís XIV, recebeu o apoio de Castela e Carlos de Áustria era apoiado pela Inglaterra, Holanda, Portugal e uma parte de Castela; mas, os franceses conseguiram assegurar sua vitória; ao renunciar ao trono espanhol, Carlos de Áustria recebeu alguns territórios, como por exemplo, os Países Baixos;
  • Felipe V assume e implanta um Estado absolutista = revolução administrativa = concessão de títulos a servidores de confiança com o intuito de fortalecer sua própria autoridade; consegue equilibrar as atividades comerciais; prata vinda do México;
  • Independência dos EUA (1776) e Revolução Francesa (1789-1799)– crise do Antigo Regime;
  • Guerra dos Sete Anos (França e Inglaterra) – disputa por mercados e áreas coloniais; França necessita neutralizar poder inglês: Bloqueio Continental; José Bonaparte assume o trono espanhol; luta de espanhóis contra franceses e guerrilhas pelo resto da Europa = enfraquecimento do poder de Napoleão e também cria  condições para que as colônias latino-americanas comecem seus processos de independência.



Filipe V - Espanha


ESPANHA NO SÉCULO XVIII

  • Felipe V – consolidação do absolutismo espanhol;
  • Política mercantilista e criação das companhias privilegiadas de comércio (porcelanas e tapetes para a Corte. Construção naval e indústrias bélicas);
  • Intervenção estatal supriu a existência de uma classe empresarial;
  • Relações entre Igreja e monarquia espanhola muito ligadas, mas com a coroação do arquiduque Carlos de Bourbon como rei da Espanha pelo papa em 1709, provocou a ruptura entre Madri e Roma;
  • Quando Carlos III assume, implanta um programa ilustrado com a ajuda de Aranda: liberação do comércio com a América; liberdade de comércio de cereais; tentativas de limitar os bens da Igreja; limitações dos privilégios das ordens religiosas; política de urbanismo, comunicações e obras públicas;
  • Motins de 1766 (más colheitas) – expulsão da Companhia de Jesus e assim se começou uma política de reorganização do ensino superior (conteúdos científicos, filosóficos e jurídicos); maior controle das Universidades pelo governo; ênfase ao ensino técnico;
  • Política educativa da ilustração teve caráter centralizador: castelhano se impôs como língua principal no ensino primário e médio; prosseguia o uso do latim nas Universidades; exaltação da história nacional;
  • Reforma agrária faz parte do programa ilustrado; na Espanha tentou-se formar novas povoações e criar leis para conciliar interesses de proprietários e agricultores;
  • As doutrinas mercantilistas foram sendo abandonadas e passaram a adotar a liberdade econômica;
  • A partir de 1789 a monarquia espanhola sofreu os efeitos da Revolução Francesa – invasão francesa em 1808 leva ao fim da monarquia absoluta e à construção de um Estado constitucional;
  • Crise = emancipação do hemisfério ocidental da monarquia (América). 



Marquês de Pombal

SÉCULO XVIII EM PORTUGAL 

  • Portugal – século XVII primeiros movimentos de reforma foram feitos por intelectuais vindos do exterior = iluminismo, empirismo; atraso português = falta de cultura; progresso = luzes da modernidade; progresso e iluminismo;
  • Ensino teórico dogmático = jesuítas;
  • Homens iluminados acreditavam que o progresso das ciências não podia estar baseado em dogmas e sim nos experimentos; Bacon e Newton tomam o lugar de Aristóteles;
  • Renovação pedagógica – Luís António Verney – Verdadeiro Método de Estudar; abandono dos antigos filósofos;
  • D. João V manda construir as bibliotecas de Coimbra e de Mafra, além da Real Academia Portuguesa de História;
  • D. João V morre em 1750 e assume D. José (1751-1777) – escolheu para dirigir o governo Sebastião José de Carvalho e Melo - Marquês de Pombal = déspota ilustrado, reformador e apoiado por familiares; inquisidor geral, governador da Província do Grão-Pará e Maranhão (irmãos);
  • Política mercantilista para recuperação do mercado português e brasileiro = companhias privilegiadas = Companhia de Comércio do Grão-Pará e Maranhão; Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro; estabelecimento de manufaturas têxteis, criação de uma Junta de Comércio  e promessa de enobrecimento para comerciantes;
  • 1755 – terremoto em Lisboa; reconstrução seguindo padrões geométricos;
  • Pombal inimigo dos jesuítas – estes disseram que o terremoto era castigo divino; reduções no sul do Brasil impediam planos de Pombal de retificar a fronteira, de acordo com o tratado com a Espanha;
  • 1758 – atentado contra D. José I – culpados: aristocratas portugueses que foram perseguidos e punidos por Pombal; um jesuíta também estava envolvido nesse caso; expulsão dos Jesuítas – 1759;
  • Reformas pombalinas no ensino = básico para as camadas sociais baixas e aprofundado para a elite;
  • Inquisição – Real Mesa Censória – Pombal tinha como intervir nos processos;
  • Anos setenta - crise do ouro brasileiro e dos preços do açúcar; morre   D. José I e Pombal perde o poder e é perseguido; jesuítas restauram a sua Ordem e presos políticos são soltos; companhias privilegiadas foram suprimidas e as manufaturas estatais foram privatizadas;
  • Sucedeu D. Maria casada com D. Pedro III de Portugal e após a sua morte, ela enlouqueceu; em 1792 assumiu seu filho, o futuro D. João VI, que se casou com Carlota Joaquina, com quem veio para o Brasil – invasão napoleônica em 1807.


ESPANHA SÉCULO XIX

  • 1808 a 1813 – população espanhola se revolta contra dominação francesa e com a ajuda da Inglaterra vence Napoleão;
  • 1814 a 1833 - a crise espanhola faz com que suas colônias americanas consigam sua independência (com exceção de Cuba e Porto Rico) – reinado de Fernando VII;
  • 1833 a 1868 – morre Fernando VII e sobe ao trono Isabel II, começando assim as Guerras Carlistas;
  • Guerras Carlistas – conflitos civis entre partidários de Isabel II e Carlos V, seu tio; houve três confrontos, começaram em 1833 e estenderam-se até 1876, ano em que intervém Afonso XII, que pôs fim ao último combate;
  • Primeira Guerra Carlista ou Guerra dos Sete Anos (1833-1840) – guerra civil = Acordo de Vergara, selado o fim desse conflito e onde D.Carlos teve que procurar refúgio na França;
  • Segunda Guerra Carlista (1846-1849) – frustradas as tentativas de união dinástica, através do casamento de Isabel II com o Conde de Montemolín, Carlos VI;
  • 1870 - Amadeo de Saboya, duque de Aosta,  é eleito rei da Espanha;
  • 1873 – abdica Amadeo de Saboya e as Cortes proclamam a República;
  • 1873 a 1874 – Primeira República – guerra em Cuba, terceira Guerra Carlista, rebeliões regionais;
  • Terceira Guerra Carlista (1872-1876) – tropas de Carlos VII enfrentam os adeptos de Amadeo de Savóia e de Afonso XII;
  • Restauração – poder buorbônico com Afonso XII
  • 1876 a 1878 – derrota do carlismo termina com a guerra dos dez anos em Cuba;
  • 1895 – Guerra de independência de Cuba;
  • 1898 – guerra com EUA fez com que Espanha perca o resto de seu Império (Cuba, Porto Rico e Filipinas.



PORTUGAL SÉCULO XIX
  • Morre D. Maria I no RJ; assume D. João VI;
  • Miséria e devastação em Portugal – Guerra Peninsular; Governo de Regência – comandado pelo inglês Beresford = desgostos = revolução;
  • Conspiração de 1817 – liberais promoveram conspiração contra influência de Beresford e tinha por objetivo substituir a monarquia absoluta;
  • Revolução de 1820 – Porto – Revolução Liberal – criaram uma Junta Provisória de governo e decretaram uma Constituição, que foi proclamada por D. João VI que voltou para Portugal;
  • D. Pedro decreta a independência do Brasil;
  • D. Miguel e Carlota Joaquina conspiraram contra o regime liberal e numa contra-revolução proclamaram a volta ao absolutismo; D. João VI contrariou esse movimento dando origem à Abrilada – nova revolta liderada por D. Miguel; este acabou por sair do país;
  • D. Pedro do Brasil foi reconhecido rei de Portugal – não podia ser rei em dois lugares; abdica em favor de sua filha – D. Maria da Glória; esta deveria casar-se com seu tio D. Miguel, que retornou da Áustria;
  • Regência de D. Miguel – restauração do regime absoluto;
  • Guerra Civil – D. Pedro volta para retomar o trono para sua filha; fica como regente até à maioridade de sua filha; D. Maria II incentiva o desenvolvimento da educação;
  • D. Pedro V – morreu com 24 anos e não deixou herdeiros; sucedeu-o seu irmão D. Luís, pai de D. Carlos que recebeu o Ultimato inglês para se retirar das colônias africanas = descontentamento por parte dos republicanos = assassinato de D. Carlos e seu filho herdeiro, D. Luís Felipe; D. Manuel, segundo filho de D. Carlos assumiu;
  • 1910 – foi proclamada a República; família real foi viver na Inglaterra.



Guerra Civil Espanhola

ESPANHA SÉCULO XX

  • 1898 – Espanha perdeu suas colônias, mas tomou em regime de protetorado o Marrocos, o que se tornaria outro foco de problemas; durante todo esse período a Espanha viveu várias crises internas, como alguns levantamentos anarquistas entre 1909 e 1917;
  • 1909 – A guerra em Marrocos fica acirrada, provocando a Semana Trágica de Barcelona;
  • 1914 a 1918 – Espanha se mantém neutra durante a Primeira Guerra Mundial;
  • 1921 – tropas espanholas sofrem o desastre anual em Marrocos;
  • 1923 – Golpe de estado, pelo qual sobe ao poder o general Primo de Rivera; essa ditadura resolveu alguns problemas locais e apresentou um ambicioso programa de obras públicas, porém a tentativa de instalar um governo constitucional fracassou com a recusa de uma Constituição da Monarquia Espanhola (1929);
  • 1931 – Segunda República – Niceto Alcalá Zamora é nomeado presidente, mas deposto em 1936, acaba sendo substituído por Manuel Azaña; os conflitos continuaram, dando origem à Guerra Civil Espanhola;
  • 1936 a 1939 – Guerra Civil Espanhola – revolta militar originada em Marrocos e liderada pelo General Francisco Franco; 1936 – assassinato de Calvo Sotelo acelera o golpe de estado militar; ao final de 1937, as tropas nacionalistas dominavam quase todo o território espanhol; o governo republicano criou um exército popular e militarizou as milícias; os dois grupos receberam ajuda estrangeira: Brigadas Internacionais apoiavam os republicanos e alemães e italianos, os nacionalistas; mais de 12.000 soldados canadenses apoiaram os republicanos nos campos de batalha;
  • 1937 – batalha ao norte, em Guernica, Bilbao, Santander e Gijón; republicanos revidaram atacando Guadalajara, Brunete, Belchite e Teruel;
  • 1938 – Teruel foi recuperada pelos nacionalistas, que dividiram a zona republicana em duas partes; o governo respondeu com a Batalha do Ebro, que terminou com a derrota republicana e 70.000 baixas;
  • 1939 – extinta a resistência do governo, o exílio republicano começou com a fuga de muitos espanhóis pele fronteira com a França; Madri era a única que resistia, mas em 28 de março os nacionalistas ocuparam-na e em 1 de abril Franco declarou o fim da guerra.

DITADURA FRANQUISTA

  • 1939 - 1945 – Espanha não se envolve na Segunda Guerra Mundial;
  • 1947 – Franco anuncia restauração da monarquia após sua morte ou retirada;
  • 1953 – acordo entre Espanha e EUA de cooperação com o estabelecimento de bases de uso em comum;
  • 1955 – acordo entre EUA e União Soviética permite que a Espanha entre nas Nações Unidas;
  • 1956 – O sultão marroquino faz acordo com Franco para terminar com o protetorado espanhol sobre Marrocos;
  • 1968 – Espanha dá a independência à Guiné Equatorial;
  • 1975 – morre Franco e assume o rei Juan Carlos.

DEMOCRACIA

  • 1976 – as Cortes aprovam a Lei de Reforma Política;
  • 1978 – população aprova nova Constituição, que define a Espanha como uma Monarquia Parlamentaria;
  • 1981 – houve uma tentativa de golpe de estado por parte da Guarda Civil;
  • 1982 – eleições fazem de Felipe Gonzáles Primeiro Ministro = consolidação definitiva do processo democrático.




Independência de Angola


PORTUGAL NO SÉCULO XX

  • Salazar teve sucesso em seu plano de estabilização econômica e rapidamente se tornou a figura política mais importante de Portugal. Profundamente religioso, restabeleceu grande parte do poder da Igreja. Em 1930 fundou a União Nacional, uma organização política baseada em princípios autoritários. Passou a ser primeiro ministro e ditador em 1932, e promulgou uma nova constituição em 1933, criando com ela o Estado Novo. Portugal se tornou um Estado corporativo com uma economia planificada, onde não havia nenhuma espaço para qualquer esboço de oposição política. Em 1936, com o início da Guerra Civil na Espanha, Salazar apoiou os insurretos dirigidos pelo general Francisco Franco. Em 1939 Portugal assinou um tratado de amizade e de não agressão com a Espanha, ao que se acrescentou, em 29 de julho de 1940, um protocolo para assegurar a neutralidade dos dois países durante a II Guerra Mundial. Apesar disso, em outubro de 1943, quando as forças do Eixo se debilitaram, Portugal permitiu aos aliados utilizar os Açores como base aérea e naval.
  • Os anos da guerra alteraram consideravelmente a economia planificada. A indústria pesqueira declinou, as exportações diminuíram e os refugiados afluíram de forma massiva para o país. Além disso, o avanço japonês nas Índias Orientais ameaçou seus territórios ultramarinos da Ásia, e o Timor foi tomado em 1942. Ao finalizar a guerra, o desemprego e a pobreza aumentaram de forma alarmante. Foi proibida toda e qualquer a atividade da oposição política a Salazar e os candidatos da União Nacional monopolizaram as eleições de novembro de 1945. Em maio de 1947, depois de esmagar uma tentativa de revolta, o governo deportou inúmeros dirigentes unionistas e vários oficiais do Exército para as ilhas do Cabo Verde. O marechal Carmona foi eleito presidente sem oposição em fevereiro de 1949. Morreu em abril de 1951 e foi sucedido em julho pelo general Francisco Lopes, um partidário de Salazar.
  • Durante a década de 1950, Portugal fortaleceu suas relações com os Estados Unidos e em 1958 Salazar permitiu que um candidato da oposição, Humberto Delgado, concorresse à presidência, mas este seria vencido pelo candidato do governo, o contra-almirante Américo Deus Thomaz, que foi reeleito em 1965 e 1971.
  • Na década de 1960, Portugal teve que enfrentar diversas revoltas em seus territórios ultramarinos; a Índia anexou Goa em 1961 e na África eclodiram várias rebeliões: em Angola no início de 1961, na Guiné no final de 1962 e em Moçambique no outono de 1964. A resposta do governo foi organizar campanhas militares repressivas contra estes levantamentos africanos, ao mesmo tempo que tomou medidas para melhorar as condições políticas e econômicas nesses territórios. Em conseqüência desta política, em 1961 Portugal estendeu a cidadania portuguesa aos habitantes de suas colônias africanas, mas continuaram os acirrados enfrentamentos ao longo de toda a década e da seguinte. Durante este período, as Nações Unidas condenaram Portugal por manter guerras coloniais (ver Colonialismo). A importância das colônias para a manutenção do regime ditatorial era fundamental no aspecto econômico, pois constituíam a principal fonte de divisas.
  • Em meados da década de 1970, vários empréstimos estrangeiros ajudaram a desenvolver vários projetos de irrigação e construção de obras públicas. Embora tenham ocorrido diversas manifestações de estudantes durante este período, a oposição política ao regime de Salazar não se organizou. 

BIBLIOGRAFIA SOBRE HISTÓRIA DE PORTUGAL

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Mattoso, José (dir. de), História de Portugal, vols. V, VI e VII, Lisboa, Editorial Estampa, 1993.
Medina, João, História Contemporânea de Portugal, tomos I e II, Lisboa, Amigos do Livro Editores, 1985.
Medina, João, Oh! A República. Estudos sobre o republicanismo e a primeira república portuguesa, Lisboa, INIC, 1990.
Pereira, Miriam Halpern, A política portuguesa de emigração, 1850-1930, Lisboa, A Regra do Jogo, 1981.
Pereira, Miriam Halpern, Livre-câmbio e desenvolvimento económico. Portugal na segunda metade do século XIX, 2ª edição, Lisboa, Sá da Costa Editora, 1983.
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Reis, Jaime, O atraso económico português em perspectiva histórica: Estudos sobre a economia portuguesa na segunda metade do século XIX 1850-1930, Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1993.
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Teixeira, Nuno Severiano, O poder e a guerra 1914-1918. Objectivos nacionais e estratégias políticas na entrada de Portugal na Grande Guerra, Lisboa, Editorial Estampa, 1996.
Teixeira, Nuno Severiano, O Ultimatum inglês. Política externa e política interna no Portugal de 1890, Lisboa, Alfa, 1990.
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Telo, António José, Economia e Império no Portugal Contemporâneo, Lisboa, Edições Cosmos, 1994.

BIBLIOGRAFIA SOBRE HISTÓRIA DA ESPANHA

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