terça-feira, 27 de novembro de 2012

MITOS E FATOS NAS CRÔNICAS DA CONQUISTA DO ANTIGO PERU



The Flowering Terraces
Patricia Henricy Cruzalegui  - pintora naif peruana
    

    As crônicas são uma mescla de história e literatura, de verdade e mentira, de realidade e ficção e por isso, sabemos que é um material de difícil manejo, devido a essa fina linha que separa o mundo real do imaginário.
   Quando tratamos de rever a história da conquista do Peru à luz de algumas crônicas escritas nos séculos XVI e XVII, não temos a pretensão de utilizá-las como provas cabais dos fatos aí relatados. Sabemos que os homens que as redigiram estavam no preâmbulo da idade média e moderna e que possuíam uma série de modelos de respeito às normas locais de autoridade e às ortodoxias doutrinais, bem como, uma predisposição ao novo e à aventura, própria de uma consciência moderna[1]. Sendo assim, seus escritos eram o resultado de uma mescla de informações culturais. Isso se estende aos cronistas indígenas e mestiços, visto serem homens que foram alfabetizados e cristianizados pelos espanhóis.


The Potato Sowers - Patricia Henricy Cruzalegui

O Mundus Novus


    Ao cruzarem o Atlântico, esses homens envoltos de características mentais do medievo europeu, conjeturaram sobre o novo espaço territorial encontrado e houve quem concluísse que a América era a continuação das Índias orientais. 
   Las Casas tentou provar isso, argumentando que a fertilidade e felicidade encontrada nesse novo espaço era a mesma que havia na verdadeira Índia, conforme o escrito de antigos historiadores. Ele colocou, que San Isidoro no livro XIV, 3º capítulo das Etimologias, relatou que a Índia era terra muito fértil, com muita gente, árvores que nunca perdiam as folhas e que davam frutos duas vezes ao ano e que abundava em metais e pedras preciosas, sendo estas características encontradas no novo continente[2].
Quanto ao povo americano, houve quem dissesse que poderiam ser ofiritas (descendentes do patriarca bíblico Ofir), porém como os habitantes dessas novas terras não possuíam uma escrita, não guardaram notícias de tais tempos tão remotos[3].
Acosta refutou essa idéia, principalmente porque segundo ele, alguns autores afirmaram ser Ofir o mesmo que Peru, visto que na Escritura referiam-se a Ofir como local de onde se trazia ouro finíssimo, pedras muito preciosas e madeira escolhidíssima, igual ao que se encontra no Peru. Mas, para Acosta essas eram provas insuficientes para afirmar que o Peru era Ofir, pois se Salomão tivesse estado em terras peruanas, teria deixado mais evidências[4].
Tentando explicar esse mundo desconhecido, os cronistas utilizaram toda a sua eloqüência para encontrar Atlântida nas terras recém descobertas[5] e relatar a viagem a mando de Salomão a Ofir, que presumidamente seria o antigo Peru[6]. Porém, houve mentes mais sábias, que deixando o mundo mítico de lado, procuraram explicar a presença humana na América de modo mais realista, como o fez Acosta, especialmente no que diz respeito ao Peru. Para ele, essa gente chegou por mar ou por terra, por acaso ou por determinação própria e não através de cavalo com asas, como cogitaram os apreciadores de fábulas[7].


The Way to Marcahuasi - Patricia Henricy Cruzalegui


    Mitos genealógicos dos incas


    O mundo incaico possui uma rica mitologia, porém 
como seus mitos chegaram a nós por intermédio de crônicas redigidas por espanhóis ou indígenas, não sabemos até que ponto estes distorceram o discurso indígena.
Cieza de León e Francisco de Ávila relataram ter ouvido dos incas que em tempos anteriores à sua presença nessa terra, houve um dilúvio que matou quase todos os seres humanos e o mundo esteve em vias de desaparecer. Alguns homens e mulheres se salvaram porque se esconderam em cavernas em montanhas bem altas e depois que a tormenta passou, daí saíram e começaram a multiplicar-se, repovoando a terra[8].
Depois disso, como esses homens viviam como feras, sem religião, nem ordem, sem plantar as terras e andavam nus, o Deus Sol se apiedou deles e mandou à terra seu filho e sua filha para que os doutrinassem e os ensinassem a cultivar a terra, criar animais, viver em casas e povoados e lhes predicassem leis para que soubessem viver como homens racionais e não como bestas. Assim, o Deus Sol colocou seus filhos no lago Titicaca e lhes disse para irem por onde quisessem e onde parassem para comer ou dormir, sempre fincassem no chão a varinha de ouro que levavam com eles. Onde esta vara afundasse de um só golpe, deveriam fundar um novo povoado. Depois de reduzir o povo que vivia nas redondezas a serviço do Deus Sol, deveriam mantê-los em ordem e justiça e tratá-los sempre com piedade. Os filhos do Sol assim fizeram e no local onde a vara de ouro afundou, criaram Cuzco[9], cidade que se tornaria a capital do Tahuantinsuyu[10].
Esse é um dos mitos da origem dos Incas, que nos conta Garcilaso com grandes pormenores, porém Cieza de León relata uma versão um pouco diferente. Segundo ele, os homens também viviam em grande desordem, quando saíram de Pacarec Tampu, uma caverna que se localiza próximo a Cuzco, três homens e três mulheres. Os homens que daí saíram se chamavam Ayar Uchu, Ayar hache arauca (Ayar Cachi) e Ayar Manco. As mulheres eram Mama Huaco, Mama Cora e Mama Rahua. Saíram vestidos de reis e um deles tinha uma atiradeira de ouro e nela posta uma pedra. Como era muito forte e com suas pedras derrubava até montanhas, provocou a inveja de seus irmãos e assim estes convenceram Ayar Cachi a voltar à caverna, onde o encarceraram. Prosseguiram suas andanças sem Ayar Cachi e aonde chegavam fundavam novos povoados[11].
Semelhante a essa história é a outra versão exposta por Garcilaso, que também descreve os irmãos Ayar como sendo fundadores do Tahuantinsuyu. Este diz que eram 4 homens e 4 mulheres, todos irmãos. Saíram de Paucartampu e os primeiros irmãos, Manco Capac e Mama Ocllo, fundaram Cuzco, que na língua dos incas significa umbigo. Os incas descenderam desse casal, pois foram eles que subjugaram as nações vizinhas a Cuzco e os ensinaram a ser homens. Garcilaso questionou a importância dos outros irmãos Ayar, mas não obteve resposta contundente, aludindo tal resultado ao mundo de fábulas inventadas por esses povos[12].
O vocabulário cristão encontrado em todos os discursos dos cronistas, espanhóis ou não, por vezes, tende a transformar a história oral incaica numa espécie de catecismo, que mesclado às noções administrativas espanholas, distorce a realidade social indígena.
Esses discursos espelham a luta de alteridade[13] vivida nos primeiros tempos de conquista, bem como a incompreensão da sociedade andina por parte dos espanhóis, em que um dos pressupostos principais era a dualidade de governo e que os cronistas tiveram dificuldade em expressar. As únicas alusões ao poder dual são as que aparecem nos mitos dos irmãos Ayar, sucintamente abordados anteriormente e que conforme os estudos de Rostworowski, Duviols e Zuidema, comprovam a dualidade do poder incaico[14].


Yellow Field - Patricia Henricy Cruzalegui


      A dinastia incaica nas crônicas


Ao tratar dos grandes chefes incas, os cronistas não se eximem de comentários preconceituosos, visto que rebaixar a autoridade destes era uma forma de legitimar o poder espanhol sobre os mesmos. Para Sarmiento de Gamboa, os Incas foram tiranos que governaram o Peru desde 565 da era cristã até 1533, quando chegaram os espanhóis e implantaram o poder real em nome de Carlos V[15].
Manco Capac foi o primeiro chefe do Tahuantinsuyu e Mama Ocllo, sua esposa. Garcilaso nos conta, que Manco Capac mandou fundar mais de cem povoados na região do Paucartampu, próxima a Cuzco e esse foi o início de toda a conquista. Ele não relata a cronologia incaica, pois ao que parece, nem eles sabiam ao certo, visto ser uma história antiga demais para ser guardada de memória[16].
É possível supor, que no início da conquista incaica ainda imperasse o sistema matriarcal, conforme os relatos de Guaman Poma de Ayala. Ele se refere à Mama Huaco como sendo uma mulher muito bonita e feiticeira, que no começo dos tempos se casou com seu próprio filho, Manco Capac Inga. Ela falava com as huacas[17] e com os demônios e dela saíram todos os futuros chefes Incas. Foi muito amiga do povo e governava mais que o seu marido Manco Capac Inga sobre toda a cidade de Cuzco e jurisdição. Todos a obedeciam e respeitavam, pois fazia milagres com a ajuda de demônios[18].
Esse relato nos remete a finais do século XVI, período em que se instalou a Inquisição em Lima. Mulheres ditas bruxas começaram a ser perseguidas. Na verdade, estas não passavam de simples curandeiras, que conheciam plantas medicinais e que por isso, eram muito respeitadas em suas comunidades. Temendo o poder que estas mulheres possuíam junto aos curacas (chefes locais), os quais sempre recorriam a elas em busca de conselhos, a máquina administrativa da coroa espanhola facultou a perseguição das mesmas, utilizando para tal, a Extirpação de Idolatrias. Começaram a aparecer então as histórias normais de um discurso inquisitorial, ou seja, bruxas são as maiores aliadas do diabo e conhecem o poder das plantas para produzir malefícios a outrem[19]. A perseguição não se restringiu às mulheres, pois homens também foram acusados de serem dogmatizadores e feiticeiros, pelo mesmo motivo acima afirmado. Guaman Poma, enquanto indígena cristianizado escreveu sua crônica dentro dos modelos religiosos assimilados e de acordo com a realidade que estava vivendo, não podendo deixar de mencionar o poder do demônio nas mais variadas circunstâncias da história incaica.
O discurso do mestiço Garcilaso de la Vega, traz à tona uma série de conceitos alheios ao mundo andino, quando este ao descrever o mandato de Manco Capac trata em minúcia o momento em que o mesmo resolve apresentar o seu testamento.
Manco Capac reinou cerca de 30 anos, não se sabe ao certo. Perto de sua morte, chamou seus filhos, sua esposa Mama Ocllo Huaco e suas esposas secundárias. Encomendou ao príncipe herdeiro e seus demais filhos o amor e benefício para com seus vassalos e aos vassalos a fidelidade e serviço a seu Rei e a guarda das leis que lhes deixava, visto todas serem ordenadas pelo seu pai, o Sol[20].
Para Garcilaso, o natural era utilizar vocábulos próprios da realidade espanhola, que tinha por características a vassalagem devida a príncipes e reis, coisa que era distinta entre os incas. Os povos submetidos pelo povo inca não lhes deviam vassalagem, conforme o antigo modelo feudal europeu, eram sim, inseridos em um processo de reciprocidade e redistribuição controlado pelos chefes do Tahuantinsuyu.
A genealogia incaica traçada por alguns cronistas, não demonstra a dualidade de poder existente, visto que só conheciam o poder monárquico. Por isso, enumeram os Incas dinasticamente, começando por Manco Capac, que foi sucedido por seu filho Sinchi Roca e sucessivamente até Atahualpa. Betanzos, que foi um dos cronistas a esboçar uma lista dos Incas, nem sequer menciona a Huascar, que no momento da conquista compartilhava o poder com seu irmão Atahualpa[21]. As lutas entre os dois irmãos ficaram amplamente conhecidas[22], sendo um dos argumentos explicativos da derrota incaica diante da pequena quantidade de espanhóis que submeteram Atahualpa e o seu povo em Cajamarca[23].
Os cronistas dão por encerrada a história da "dinastia incaica", que governou e doutrinou os povos andinos, a partir do momento em que chegaram os espanhóis. Não compreenderam o sistema político andino, pois era demasiadamente difícil para homens com mentalidade de fins do medievo, assimilarem o novo, o diverso, sem realizar comparações com seus próprios modelos, o que os privou de uma factível interpretação do outro.


Potato Sellers - Patricia Henricy Cruzalegui



1532: o fim do Tahuantinsuyu


Francisco Pizarro e Diego de Almagro, acompanhados de 350 soldados saíram da Espanha em busca das Índias, ouro, prata e todas as riquezas que se poderiam encontrar nessas novas paragens. Não tiveram medo, envolvidos que estavam pelo sonho de adquirir ouro e prata[24].
Ao contrário dos espanhóis, os habitantes do Tahuantinsuyu não se regozijaram com a possível chegada desses homens ambiciosos. Antes desse nefasto momento, já os feiticeiros e sacerdotes haviam visto nas entranhas de animais sacrificados, que coisas terríveis estavam por acontecer. Quando Huayna Capac estava em Quito, recebeu a informação de que havia perto de Tumbez monstros marinhos e homens com barbas, que andavam no mar em grandes casas[25].
Houve também quem dissesse que eram viracochas[26], tais homens de barbas negras ou ruivas e de belos trajes, que se locomoviam em grandes animais com pés de prata[27]. Certo é, que tais homens deuses ou monstros, foram os responsáveis pelo massacre de grande parte da população andina.
O encontro de Pizarro com Atahualpa em 1532 começou com uma tentativa de reciprocidade, tão conhecida pelos incas e terminou em guerra. O motivo para o início da batalha sangrenta, segundo Xerez, foi o fato de Atahualpa ter jogado a bíblia sagrada ao chão. Ofendido, o Frei Vicente Valverde, queixou-se a Pizarro, que imediatamente ordenou o ataque. Atahualpa foi prontamente capturado e o alvoroço foi tremendo; índios correram para todos os lados, fugindo dos tiros e das patas dos cavalos e outros ficaram paralisados pelo terror. A grande maioria das pessoas que se encontrava na praça de Cajamarca pereceu aí mesmo[28]. Pizarro solicitou um resgate imensurável pela liberdade de Atahualpa e resolveu condená-lo à morte, mesmo depois de ter recebido todo o montante de ouro e prata que havia exigido. Atahualpa sabendo de sua sentença rogou a Pizarro por sua vida. O pedido de Atahualpa não foi levado em conta, pois Pizarro estava resolvido a solucionar todos os seus problemas, pondo fim à vida do Inca. Atahualpa foi retirado da prisão e ao som de trombetas levado para a praça, onde o amarraram a um pau. Enquanto isso, um religioso ia consolando-o e predicando-lhe, por meio de um intérprete, os ensinamentos da fé cristã. Estando ele condenado a morrer na fogueira, nos últimos instantes pediu para ser batizado, a que foi prontamente atendido e, por isso, conseguiu morrer garroteado, livrando-se de ser queimado vivo. Mesmo assim, depois de cumprida a sentença, ainda lhe atiraram fogo à roupa para que se queimasse também parte da carne. Seu enterro foi assistido por Pizarro e seus companheiros, com direito a cruz e demais aparatos religiosos cristãos, sendo por fim enterrado numa Igreja, como se fosse um verdadeiro espanhol[29].
O assassinato de Atahualpa significou a desestruturação[30] do mundo andino e a conquista espanhola, em termos gerais, demonstrou como a falta de conhecimento do outro pode gerar um desencontro cultural de conseqüências desastrosas.



Cusco Terraces - Patricia Henricy Cruzalegui


   Considerações finais


   A derrota incaica frente a tão poucos espanhóis, até hoje é difícil de ser explicada. As descrições do massacre ocorrido em Cajamarca nos mostram a debilidade de milhares de homens diante de alguns cavalos, tiros e coisas aterrorizantes para quem nunca tinha lutado dessa maneira. Por mais que tomemos em conta esses dados, não é possível entender essa indescritível carnificina.
Explicações possíveis para tal tragédia podem estar relacionadas com o fato de os espanhóis não terem atacado desde o princípio, pois fizeram o que para os incas era usual, estabeleceram um sistema de reciprocidade, mediante a troca de presentes e mercadorias diversas. Por tanto, estabelecido esse sistema e não tendo sido atacados, não haveria porquê se prevenir contra os espanhóis, logo o fator surpresa foi contundente.
     Em relação ao momento exato do ataque, em que milhares de índios atordoados diante do aprisionamento de seu chefe, sucumbiram quase sem reação, nos leva a crer que a verticalidade do Tahuantinsuyu seja um dos fatores de tal apatia diante do perigo. Para os incas, o seu chefe era como um deus e, portanto, o responsável por todos os atos e aspirações. Desprovidos de seu deus, esses homens ficaram absolutamente perdidos, visto não estarem acostumados a tomar iniciativas individuais.
Embora saibamos que as crônicas nem sempre fornecem dados verossímeis, quando as mesmas histórias são repetidas por distintos homens, podemos crer que tenham algo da realidade vivenciada. Os cronistas do Peru, como todos os outros, colocaram em seus relatos muito de suas paixões pessoais, mas também souberam completar seus dados com as informações coletadas junto aos quipucamayocs[31], fonte etnológica e antropológica de grande importância, que foi salva do esquecimento por esses homens ávidos por testemunhos de acontecimentos antigos.


The Eye of the Condor - Patricia Henricy Cruzalegui


Referências bibliográficas

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DUVIOLS, Pierre. Algunas reflexiones acerca de las tesis de la estructura dual del poder incaico. Historica. V.IV, n. 2, dic., pp.183-196, Lima, 1980.

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HARTOG, François. O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação do outro. Belo Horizonte: Editora UFMG: 1999.

LAS CASAS, Bartolomé de. Apologética historia sumaria. Madrid: BAE, 1958.

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MONTESINOS, Fernando de. Memorias antiguas, historiales y políticas del Perú. Lima: Colección de libros y documentos referentes a la historia del Perú, 1930.

ROSTWOROWSKI DE DIEZ CANSECO, María. Estructuras andinas del poder. Ideologia religiosa y política. 3.ed. Lima: IEP, 1988.

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Seeding -Patricia Henricy Cruzalegui 


[1] Durand, 1953, v.I, Caps. III-VII.
[2] Las Casas, 1958, cap. XXII.
[3] Cabello Valboa, 1945, II, cap.6.
[4] Acosta, 1954, I, CapXIII.
[5] Gómara, 1918, 1ª parte.
[6] Cabello Valboa, 1945, II, cap.16.
[7] Acosta, 1954, I, cap.XVI.
[8] Cieza de León, 1967, cap.III; Ávila, 1966, cap.3.
[9] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XV.
[10] Império Inca.
[11] Cieza de León, 1967, cap.VI.
[12] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XVIII.
[13] Sobre alteridade ver: Hartog, 1999 e Todorov, 1983.
[14] Rostworowski, 1988; Duviols, 1980, pp.183-196; Zuidema, 1964.
[15] Sarmiento de Gamboa, 1960, p.71.
[16] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XVII.
[17] Seres sagrados.
[18] Guaman Poma de Ayala, 1980, p.121.
[19] Silverblatt, 1990.
[20] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XXV.
[21] Betanzos, 1968.
[22] Cieza de León, 1967, caps.LXX, LXXII.
[23] Las Casas, 1958, cap.CCLXI.
[24] Guaman Poma de Ayala, 1980, pp.372-374.
[25] Montesinos, 1930, cap.XXVIII.
[26] Deus inca.
[27] Titu Cusi Yupanqui, 1916.
[28] Xerez, 1929.
[29] Sancho, 1917.
[30] “...por el término de ‘desestruturación` entendemos la supervivencia de estructuras antiguas o de elementos parciales de ellas, pero fuera del contexto relativamente coherente en el cual se situaban...” (Wachtel, 1976, p.135).
[31] Quipucamayocs – homens que sabiam utilizar o quipu, conjunto de cordões coloridos com nós, para guardar as memórias do povo e para contabilizar a produção econômica.

NOTA:
Artigo publicado originalmente e com algumas modificações em:

PORTUGAL, Ana Raquel . MITOS E FATOS NAS CRÔNICAS DA CONQUISTA DO ANTIGO PERU. História Unisinos, v. 14, p. 111-119, 2010.

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