The Flowering Terraces
Patricia Henricy Cruzalegui - pintora naif peruana
As crônicas são uma mescla de
história e literatura, de verdade e mentira, de realidade e ficção e por isso,
sabemos que é um material de difícil manejo, devido a essa fina linha que
separa o mundo real do imaginário.
Quando tratamos de rever a história
da conquista do Peru à luz de algumas crônicas escritas nos séculos XVI e XVII,
não temos a pretensão de utilizá-las como provas cabais dos fatos aí relatados.
Sabemos que os homens que as redigiram estavam no preâmbulo da idade média e
moderna e que possuíam uma série de modelos de respeito às normas locais de
autoridade e às ortodoxias doutrinais, bem como, uma predisposição ao novo e à
aventura, própria de uma consciência moderna[1]. Sendo assim, seus escritos eram o resultado
de uma mescla de informações culturais. Isso se estende aos cronistas indígenas
e mestiços, visto serem homens que foram alfabetizados e cristianizados pelos
espanhóis.
The Potato Sowers - Patricia Henricy Cruzalegui
O Mundus Novus
Ao cruzarem o Atlântico, esses
homens envoltos de características mentais do medievo europeu, conjeturaram
sobre o novo espaço territorial encontrado e houve quem concluísse que a
América era a continuação das Índias orientais.
Las Casas tentou provar isso, argumentando que a
fertilidade e felicidade encontrada nesse novo espaço era a mesma que havia na
verdadeira Índia, conforme o escrito de antigos historiadores. Ele colocou, que
San Isidoro no livro XIV, 3º capítulo das Etimologias, relatou que a Índia era
terra muito fértil, com muita gente, árvores que nunca perdiam as folhas e que
davam frutos duas vezes ao ano e que abundava em metais e pedras preciosas,
sendo estas características encontradas no novo continente[2].
Quanto ao povo americano, houve quem dissesse que poderiam
ser ofiritas (descendentes do patriarca bíblico Ofir), porém como os habitantes
dessas novas terras não possuíam uma escrita, não guardaram notícias de tais
tempos tão remotos[3].
Acosta refutou essa idéia, principalmente porque
segundo ele, alguns autores afirmaram ser Ofir o mesmo que Peru, visto que na
Escritura referiam-se a Ofir como local de onde se trazia ouro finíssimo,
pedras muito preciosas e madeira escolhidíssima, igual ao que se encontra no
Peru. Mas, para Acosta essas eram provas insuficientes para afirmar que o Peru
era Ofir, pois se Salomão tivesse estado em terras peruanas, teria deixado mais
evidências[4].
Tentando explicar esse mundo desconhecido, os
cronistas utilizaram toda a sua eloqüência para encontrar Atlântida nas terras
recém descobertas[5] e relatar a viagem a mando de Salomão a Ofir, que presumidamente seria
o antigo Peru[6]. Porém, houve mentes mais sábias, que deixando o mundo mítico de lado,
procuraram explicar a presença humana na América de modo mais realista, como o
fez Acosta, especialmente no que diz respeito ao Peru. Para ele, essa gente
chegou por mar ou por terra, por acaso ou por determinação própria e não
através de cavalo com asas, como cogitaram os apreciadores de fábulas[7].
The Way to Marcahuasi - Patricia Henricy Cruzalegui
Mitos genealógicos dos incas
O mundo incaico possui uma rica
mitologia, porém
como seus mitos chegaram a nós por intermédio de crônicas
redigidas por espanhóis ou indígenas, não sabemos até que ponto estes
distorceram o discurso indígena.
Cieza de León e Francisco de Ávila relataram ter
ouvido dos incas que em tempos anteriores à sua presença nessa terra, houve um
dilúvio que matou quase todos os seres humanos e o mundo esteve em vias de
desaparecer. Alguns homens e mulheres se salvaram porque se esconderam em
cavernas em montanhas bem altas e depois que a tormenta passou, daí saíram e
começaram a multiplicar-se, repovoando a terra[8].
Depois disso, como esses homens viviam como feras, sem
religião, nem ordem, sem plantar as terras e andavam nus, o Deus Sol se apiedou
deles e mandou à terra seu filho e sua filha para que os doutrinassem e os
ensinassem a cultivar a terra, criar animais, viver em casas e povoados e lhes
predicassem leis para que soubessem viver como homens racionais e não como
bestas. Assim, o Deus Sol colocou seus filhos no lago Titicaca e lhes disse
para irem por onde quisessem e onde parassem para comer ou dormir, sempre
fincassem no chão a varinha de ouro que levavam com eles. Onde esta vara
afundasse de um só golpe, deveriam fundar um novo povoado. Depois de reduzir o
povo que vivia nas redondezas a serviço do Deus Sol, deveriam mantê-los em
ordem e justiça e tratá-los sempre com piedade. Os filhos do Sol assim fizeram
e no local onde a vara de ouro afundou, criaram Cuzco[9], cidade que se tornaria a capital do Tahuantinsuyu[10].
Esse é um dos mitos da origem dos Incas, que nos conta
Garcilaso com grandes pormenores, porém Cieza de León relata uma versão um
pouco diferente. Segundo ele, os homens também viviam em grande desordem,
quando saíram de Pacarec Tampu, uma caverna que se localiza próximo a
Cuzco, três homens e três mulheres. Os homens que daí saíram se chamavam Ayar
Uchu, Ayar hache arauca (Ayar Cachi) e Ayar Manco. As mulheres eram Mama Huaco,
Mama Cora e Mama Rahua. Saíram vestidos de reis e um deles tinha uma atiradeira
de ouro e nela posta uma pedra. Como era muito forte e com suas pedras
derrubava até montanhas, provocou a inveja de seus irmãos e assim estes
convenceram Ayar Cachi a voltar à caverna, onde o encarceraram. Prosseguiram
suas andanças sem Ayar Cachi e aonde chegavam fundavam novos povoados[11].
Semelhante a essa história é a outra versão exposta
por Garcilaso, que também descreve os irmãos Ayar como sendo fundadores do
Tahuantinsuyu. Este diz que eram 4 homens e 4 mulheres, todos irmãos. Saíram de
Paucartampu e os primeiros irmãos, Manco Capac e Mama Ocllo, fundaram Cuzco,
que na língua dos incas significa umbigo. Os incas descenderam desse casal,
pois foram eles que subjugaram as nações vizinhas a Cuzco e os ensinaram a ser
homens. Garcilaso questionou a importância dos outros irmãos Ayar, mas não
obteve resposta contundente, aludindo tal resultado ao mundo de fábulas
inventadas por esses povos[12].
O vocabulário cristão encontrado em todos os discursos
dos cronistas, espanhóis ou não, por vezes, tende a transformar a história oral
incaica numa espécie de catecismo, que mesclado às noções administrativas
espanholas, distorce a realidade social indígena.
Esses discursos espelham a luta de alteridade[13] vivida nos primeiros tempos de conquista, bem como a incompreensão da
sociedade andina por parte dos espanhóis, em que um dos pressupostos principais
era a dualidade de governo e que os cronistas tiveram dificuldade em expressar.
As únicas alusões ao poder dual são as que aparecem nos mitos dos irmãos Ayar,
sucintamente abordados anteriormente e que conforme os estudos de Rostworowski,
Duviols e Zuidema, comprovam a dualidade do poder incaico[14].
Yellow Field - Patricia Henricy Cruzalegui
A dinastia incaica nas crônicas
Ao tratar dos grandes chefes incas, os cronistas não
se eximem de comentários preconceituosos, visto que rebaixar a autoridade
destes era uma forma de legitimar o poder espanhol sobre os mesmos. Para
Sarmiento de Gamboa, os Incas foram tiranos que governaram o Peru desde 565 da
era cristã até 1533, quando chegaram os espanhóis e implantaram o poder real em
nome de Carlos V[15].
Manco Capac foi o primeiro chefe do Tahuantinsuyu e
Mama Ocllo, sua esposa. Garcilaso nos conta, que Manco Capac mandou fundar mais
de cem povoados na região do Paucartampu, próxima a Cuzco e esse foi o início
de toda a conquista. Ele não relata a cronologia incaica, pois ao que parece,
nem eles sabiam ao certo, visto ser uma história antiga demais para ser
guardada de memória[16].
É possível supor, que no início da conquista incaica
ainda imperasse o sistema matriarcal, conforme os relatos de Guaman Poma de
Ayala. Ele se refere à Mama Huaco como sendo uma mulher muito bonita e
feiticeira, que no começo dos tempos se casou com seu próprio filho, Manco
Capac Inga. Ela falava com as huacas[17]
e com os demônios e dela saíram todos os futuros chefes Incas. Foi muito amiga
do povo e governava mais que o seu marido Manco Capac Inga sobre toda a cidade
de Cuzco e jurisdição. Todos a obedeciam e respeitavam, pois fazia milagres com
a ajuda de demônios[18].
Esse relato nos remete a finais do século XVI, período
em que se instalou a Inquisição em Lima. Mulheres ditas bruxas começaram a ser
perseguidas. Na verdade, estas não passavam de simples curandeiras, que
conheciam plantas medicinais e que por isso, eram muito respeitadas em suas
comunidades. Temendo o poder que estas mulheres possuíam junto aos curacas (chefes locais), os quais sempre
recorriam a elas em busca de conselhos, a máquina administrativa da coroa
espanhola facultou a perseguição das mesmas, utilizando para tal, a Extirpação
de Idolatrias. Começaram a aparecer então as histórias normais de um discurso
inquisitorial, ou seja, bruxas são as maiores aliadas do diabo e conhecem o
poder das plantas para produzir malefícios a outrem[19]. A perseguição não se restringiu às mulheres, pois homens também foram
acusados de serem dogmatizadores e feiticeiros, pelo mesmo motivo acima
afirmado. Guaman Poma, enquanto indígena cristianizado escreveu sua crônica
dentro dos modelos religiosos assimilados e de acordo com a realidade que
estava vivendo, não podendo deixar de mencionar o poder do demônio nas mais
variadas circunstâncias da história incaica.
O discurso do mestiço Garcilaso de la Vega, traz à tona uma série de conceitos alheios ao mundo andino, quando este ao descrever o
mandato de Manco Capac trata em minúcia o momento em que o mesmo resolve
apresentar o seu testamento.
Manco Capac reinou cerca de 30 anos, não se sabe ao
certo. Perto de sua morte, chamou seus filhos, sua esposa Mama Ocllo Huaco e
suas esposas secundárias. Encomendou ao príncipe herdeiro e seus demais filhos
o amor e benefício para com seus vassalos e aos vassalos a fidelidade e serviço
a seu Rei e a guarda das leis que lhes deixava, visto todas serem ordenadas
pelo seu pai, o Sol[20].
Para Garcilaso, o natural era utilizar vocábulos próprios da realidade espanhola, que tinha por características a vassalagem
devida a príncipes e reis, coisa que era distinta entre os incas. Os povos
submetidos pelo povo inca não lhes deviam vassalagem, conforme o antigo modelo
feudal europeu, eram sim, inseridos em um processo de reciprocidade e
redistribuição controlado pelos chefes do Tahuantinsuyu.
A genealogia incaica traçada por alguns cronistas, não
demonstra a dualidade de poder existente, visto que só conheciam o poder
monárquico. Por isso, enumeram os Incas dinasticamente, começando por Manco
Capac, que foi sucedido por seu filho Sinchi Roca e sucessivamente até
Atahualpa. Betanzos, que foi um dos cronistas a esboçar uma lista dos Incas,
nem sequer menciona a Huascar, que no momento da conquista compartilhava o
poder com seu irmão Atahualpa[21]. As lutas entre os dois irmãos ficaram amplamente conhecidas[22], sendo um dos argumentos explicativos da derrota incaica diante da
pequena quantidade de espanhóis que submeteram Atahualpa e o seu povo em
Cajamarca[23].
Os cronistas dão por encerrada a história da "dinastia incaica", que governou e doutrinou os povos andinos, a
partir do momento em que chegaram os espanhóis. Não compreenderam o sistema
político andino, pois era demasiadamente difícil para homens com mentalidade de
fins do medievo, assimilarem o novo, o diverso, sem realizar comparações com
seus próprios modelos, o que os privou de uma factível interpretação do outro.
Potato Sellers - Patricia Henricy Cruzalegui
1532: o fim
do Tahuantinsuyu
Francisco Pizarro e Diego de Almagro, acompanhados de
350 soldados saíram da Espanha em busca das Índias, ouro, prata e todas as
riquezas que se poderiam encontrar nessas novas paragens. Não tiveram medo,
envolvidos que estavam pelo sonho de adquirir ouro e prata[24].
Ao contrário dos espanhóis, os habitantes do Tahuantinsuyu
não se regozijaram com a possível chegada desses homens ambiciosos. Antes desse
nefasto momento, já os feiticeiros e sacerdotes haviam visto nas entranhas de
animais sacrificados, que coisas terríveis estavam por acontecer. Quando Huayna
Capac estava em Quito, recebeu a informação de que havia perto de Tumbez
monstros marinhos e homens com barbas, que andavam no mar em grandes casas[25].
Houve também quem dissesse que eram viracochas[26], tais homens de barbas negras ou ruivas e de belos trajes, que se locomoviam
em grandes animais com pés de prata[27]. Certo é, que tais homens deuses ou monstros, foram os responsáveis
pelo massacre de grande parte da população andina.
O encontro de Pizarro com Atahualpa em 1532 começou
com uma tentativa de reciprocidade, tão conhecida pelos incas e terminou em
guerra. O motivo para o início da batalha sangrenta, segundo Xerez, foi o fato
de Atahualpa ter jogado a bíblia sagrada ao chão. Ofendido, o Frei Vicente
Valverde, queixou-se a Pizarro, que imediatamente ordenou o ataque. Atahualpa
foi prontamente capturado e o alvoroço foi tremendo; índios correram para todos
os lados, fugindo dos tiros e das patas dos cavalos e outros ficaram
paralisados pelo terror. A grande maioria das pessoas que se encontrava na
praça de Cajamarca pereceu aí mesmo[28]. Pizarro solicitou um resgate imensurável pela liberdade de Atahualpa e
resolveu condená-lo à morte, mesmo depois de ter recebido todo o montante de
ouro e prata que havia exigido. Atahualpa sabendo de sua sentença rogou a
Pizarro por sua vida. O pedido de Atahualpa não foi levado em conta, pois
Pizarro estava resolvido a solucionar todos os seus problemas, pondo fim à vida
do Inca. Atahualpa foi retirado da prisão e ao som de trombetas levado para a
praça, onde o amarraram a um pau. Enquanto isso, um religioso ia consolando-o e
predicando-lhe, por meio de um intérprete, os ensinamentos da fé cristã.
Estando ele condenado a morrer na fogueira, nos últimos instantes pediu para
ser batizado, a que foi prontamente atendido e, por isso, conseguiu morrer
garroteado, livrando-se de ser queimado vivo. Mesmo assim, depois de cumprida a
sentença, ainda lhe atiraram fogo à roupa para que se queimasse também parte da
carne. Seu enterro foi assistido por Pizarro e seus companheiros, com direito a
cruz e demais aparatos religiosos cristãos, sendo por fim enterrado numa
Igreja, como se fosse um verdadeiro espanhol[29].
O assassinato de Atahualpa significou a
desestruturação[30] do mundo andino e a conquista espanhola, em termos gerais, demonstrou
como a falta de conhecimento do outro pode gerar um desencontro cultural de
conseqüências desastrosas.
Cusco Terraces - Patricia Henricy Cruzalegui
Considerações finais
A derrota incaica frente a tão
poucos espanhóis, até hoje é difícil de ser explicada. As descrições do
massacre ocorrido em Cajamarca nos mostram a debilidade de milhares de homens
diante de alguns cavalos, tiros e coisas aterrorizantes para quem nunca tinha
lutado dessa maneira. Por mais que tomemos em conta esses dados, não é possível
entender essa indescritível carnificina.
Explicações possíveis para tal tragédia podem estar
relacionadas com o fato de os espanhóis não terem atacado desde o princípio,
pois fizeram o que para os incas era usual, estabeleceram um sistema de
reciprocidade, mediante a troca de presentes e mercadorias diversas. Por tanto,
estabelecido esse sistema e não tendo sido atacados, não haveria porquê se
prevenir contra os espanhóis, logo o fator surpresa foi contundente.
Em relação ao momento exato
do ataque, em que milhares de índios atordoados diante do aprisionamento de seu
chefe, sucumbiram quase sem reação, nos leva a crer que a verticalidade do
Tahuantinsuyu seja um dos fatores de tal apatia diante do perigo. Para os
incas, o seu chefe era como um deus e, portanto, o responsável por todos os
atos e aspirações. Desprovidos de seu deus, esses homens ficaram absolutamente
perdidos, visto não estarem acostumados a tomar iniciativas individuais.
Embora saibamos que as crônicas nem sempre fornecem
dados verossímeis, quando as mesmas histórias são repetidas por distintos
homens, podemos crer que tenham algo da realidade vivenciada. Os cronistas do
Peru, como todos os outros, colocaram em seus relatos muito de suas paixões
pessoais, mas também souberam completar seus dados com as informações coletadas
junto aos quipucamayocs[31], fonte etnológica e antropológica de grande importância, que foi salva
do esquecimento por esses homens ávidos por testemunhos de acontecimentos
antigos.
The Eye of the Condor - Patricia Henricy Cruzalegui
Referências
bibliográficas
ACOSTA, José de. Historia natural y moral de las Indias. Madrid: Biblioteca de Autores Españoles, 1954.
ÁVILA, Francisco de. Dioses y hombres de Huarochirí. Lima: Instituto de Estudios Peruanos, 1966.
BETANZOS,
Juan de. Suma y narración de los Incas. In: Crónicas peruanas de interés indígena. Madrid: BAE, 1968.
CABELLO VALBOA, Miguel. Miscelánea antártica. In: Obras. Quito: Editorial Ecuatoriana,
1945, v.1.
CIEZA DE
LEÓN, Pedro. El señorio de los incas.
Lima: IEP, 1967.
DURAND, José. La transformación social del conquistador.
México: Porrúa y Obregón, 1953, v.I, cap.III-VII.
DUVIOLS,
Pierre. Algunas reflexiones acerca de las tesis de la estructura dual del poder
incaico. Historica. V.IV, n. 2, dic., pp.183-196, Lima, 1980.
GARCILASO
DE LA VEGA, Inca. Comentarios reales de
los incas. Caracas: Biblioteca Ayacucho, 1976, 2 V.
GUAMAN POMA
DE AYALA, Felipe. Nueva coronica y buen
gobierno. Caracas: Biblioteca Ayacucho,
1980, 2 V.
HARTOG, François. O espelho de Heródoto: ensaio sobre a representação
do outro. Belo Horizonte: Editora UFMG:
1999.
LAS CASAS, Bartolomé de. Apologética historia sumaria. Madrid: BAE, 1958.
LÓPEZ DE GÓMARA, Francisco. Historia general de las
Indias. In: Historiadores primitivos de
Indias. Madrid: BAE, 1918.
MONTESINOS, Fernando de. Memorias antiguas, historiales y políticas del Perú. Lima:
Colección de libros y documentos referentes a la historia del Perú, 1930.
ROSTWOROWSKI
DE DIEZ CANSECO, María. Estructuras
andinas del poder. Ideologia religiosa y política. 3.ed. Lima: IEP, 1988.
SANCHO,
Pedro. Relación para S. M. de lo
sucedido en la conquista y pacificación de estas provincias de la Nueva
Castilla. Lima: CLDRHP, 1917.
SARMIENTO DE GAMBOA, Pedro. Historia Indica. In: Obras completas del Inca Garcilaso de la
Vega. Madrid: BAE, 1960.
SILVERBLATT,
Irene. Luna, sol y brujas. Género y
clases en los Andes prehispánicos y coloniales. Cuzco: Centro de Estudios
Regionales Andinos ‘Bartolomé de las Casas’, 1990.
TITU CUSI YUPANQUI. Relación
de la conquista del Perú y hechos del Inca Manco II. Lima: CLDRHP, 1916.
TODOROV, Tzvetan. A conquista da
América. A questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
WACHTEL,
Nathan. Los vencidos. Los indios del
Peru frente a la conquista española (1530-1570)
XEREZ,
Francisco de. Verdadera relación de la
conquista del Perú. Badajoz: Arqueros, 1929.
ZUIDEMA, R. Tom. The ceque system of Cuzco. The social organization of
the capital of the Inca. Leyden:
Brill, 1964.
Seeding -Patricia Henricy Cruzalegui
[1] Durand, 1953, v.I, Caps. III-VII.
[2] Las Casas,
1958, cap. XXII.
[3] Cabello Valboa, 1945, II, cap.6.
[4] Acosta, 1954, I, CapXIII.
[5] Gómara, 1918, 1ª parte.
[6] Cabello Valboa, 1945, II, cap.16.
[7] Acosta, 1954, I, cap.XVI.
[8] Cieza de León, 1967, cap.III; Ávila, 1966,
cap.3.
[9] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XV.
[10] Império Inca.
[11] Cieza de León, 1967, cap.VI.
[12] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XVIII.
[13] Sobre alteridade ver: Hartog, 1999 e Todorov,
1983.
[14] Rostworowski, 1988; Duviols, 1980,
pp.183-196; Zuidema, 1964.
[15] Sarmiento de Gamboa, 1960, p.71.
[16] Garcilaso de la Vega, 1976, v.I, cap.XVII.
[17] Seres sagrados.
[18] Guaman Poma de Ayala, 1980, p.121.
[19] Silverblatt, 1990.
[20] Garcilaso de la Vega, 1976,
v.I, cap.XXV.
[21] Betanzos, 1968.
[22] Cieza de León, 1967, caps.LXX, LXXII.
[23] Las Casas, 1958, cap.CCLXI.
[24] Guaman Poma de Ayala, 1980, pp.372-374.
[25] Montesinos, 1930, cap.XXVIII.
[26] Deus inca.
[27] Titu Cusi Yupanqui, 1916.
[28] Xerez, 1929.
[29] Sancho, 1917.
[30] “...por el término de ‘desestruturación` entendemos la supervivencia
de estructuras antiguas o de elementos parciales de ellas, pero fuera del
contexto relativamente coherente en el cual se situaban...” (Wachtel, 1976, p.135).
[31] Quipucamayocs – homens que sabiam utilizar o
quipu, conjunto de cordões coloridos com nós, para guardar as memórias do povo
e para contabilizar a produção econômica.
NOTA:
Artigo publicado originalmente e com algumas modificações em:
PORTUGAL, Ana Raquel . MITOS E FATOS NAS CRÔNICAS DA CONQUISTA DO ANTIGO PERU. História Unisinos, v. 14, p. 111-119, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário